Na língua inglesa, encontramos duas palavras bem parecidas mas com significados bem distintos: Mind Full e Mindful. A primeira, traduzimos “Mente Cheia” e a segunda “Atenta”. Esse assunto é uma das minhas paixões atuais e certamente você lerá mais sobre isso à medida que siga comigo. Para adiantar um pouco, convido você para aquele café que comentei anteriormente. Claro que se você preferir um chá, um suco ou um copo d’água ou uma taça de vinho, também será bem aproveitável. O que quero é que você sinta-se bem e confortável. Uma mente cheia (Mind full) como a nossa, com tantas tarefas diárias seja em casa, no trabalho, na escola ou na sociedade, acarreta uma infinidade de toxinas causando estresse, ansiedade e talvez outras sequelas em nossa saúde física e mental. Uma mente atenta (mindful), desliga-se dos outros compromissos para estar presente no momento, 100%, inteiramente, mente, corpo, alma e coração. Vamos lá?
Um, dois, três! Faça uma pausa. Antes de continuar a leitura, feche os olhos e transporte-se para o “aqui e agora”. Existe uma técnica muito eficiente para equilibrar emoção e razão. Respire fundo, em quatro segundos. Segure a respiração por sete segundos. Lentamente, em aproximadamente oito segundos, vá soltando a respiração. Repita esse procedimento por quatro ou seis vezes. Pronto! Agora você pode seguir comigo, lendo e absorvendo as imagens que retrato em palavras.
1984… Foi o ano que minha família deixou a Praia Grande e foi morar em Sombrio. Para quem conheceu esta época, sabe que as ruas de Sombrio estavam lotadas de trabalhadores bem cedinho, durante a ida e vinda para o almoço e lá pelo pôr-do-sol, quando cansados, retornavam as suas casas. O calçado era o produto principal e as indústrias continuavam atraindo outras famílias que buscavam uma nova oportunidade de vida. Por um certo tempo, eu também me mesclei a esses operários, caminhando com eles no inverno rigoroso ou no calor escaldante. Também vi força, coragem e espírito de luta na maioria deles, que de alguma forma, sem mesmo hoje lembrarmos seus nomes, contribuíram para a evolução do município.
Na ida e vinda para a escola, entre um passo e outro caminhando pelas ruas de Sombrio, cresci vendo casas, comércios e indústrias transformarem-se e a pequena e acolhedora cidade do extremo Sul de Santa Catarina, ganhar um porte novo, mais exuberante e mais atraente. Deixei as salas de aulas do Catulo pelas do Iemes, onde escrevi minha primeira publicação “Correndo pelos campos” (1988) publicada no saudoso Tribuna Sombriense dos mestres Antônio e Adão Vignali.
Quando nascia o Jornal Correio do Sul, eu ingressava no TS. Aos 19 anos de idade, com uma mente criativa e dinâmica, eu queria apresentar ideias no intuito de romper barreiras e levar a notícia local mais longe. Foi quando ganhei espaço ao escrever minha primeira coluna: “Essas Mulheres Maravilhosas”. Tanto o Sr. Toninho e como Sr. Adão me indicavam nomes de mulheres sombrienses que se destacaram na sociedade e que impactaram muitas vidas com suas habilidades e histórias. Como eu não me contentava com os limites e queria ir mais longe, resolvi deixar minha escrivaninha e determinada a criar um estilo diferente, peguei a estrada em busca de coletar mais preciosidades. Fui a Araranguá, Turvo, Meleiro, Morro Grande, Praia Grande e outros municípios, abrindo espaço, contribuindo para que o Tribuna Sombriense transforma-se então em Tribuna do Sul.

Eu amava sentar-me com elas, “Essas Mulheres Maravilhosas” e viajar pela história incrível de cada uma. Entre um café e um gostoso bate-papo, eu coletava todas as informações e ao escrevê-las, era como se eu pudesse reviver cada detalhe no teclado da antiga máquina de datilografia. Eu me transportava no tempo através da minha imaginação e motivada por tantas histórias, achei inspiração para escrever a minha própria história.