Quando treino um novo líder para a companhia onde trabalho hoje, uma das minhas primeiras orientações é: “não procure impressionar a mim ou aos outros, mas sim impressione a si mesmo!”
Muitas pessoas procuram viver de um modo a agradar ao outro, ao moldar-se ao um ambiente onde vivem e acabam por viver de aparências ou invés de deixar fluir o seu verdadeiro eu. Viver a sombra do outro ou se comparando ao outro pode desencadear uma série de transtornos psicológicos na vida de uma pessoa e você certamente não quer ser uma delas. Portanto, lembre-se de quem você é e da pessoa em quem você quer se transformar.
Eu nunca quis ser comparada a ninguém. Talvez por ser o “bebê” da família, sempre fui metida a querer aprender tudo o que podia. Acredito que não tenha aprendido mais porque não tinha a mentalidade de crescimento que tenho hoje. Mas uma coisa é certa, eu queria ser melhor! Não “a melhor”, mas transformar-se na minha melhor versão possível.
Na maioria das vezes, fui capaz de me dedicar com empenho e entusiasmo quando queria alguma coisa ou quando tinha algo sob minha responsabilidade. Entretanto, nem sempre fui bem-sucedida. Na escola e na igreja, fui rejeitada no coral. Nunca me disseram que era porque eu não tinha talento para cantar, mas me deram o livro de músicas para segurar. Por outro lado, descobri que podia escrever músicas quando um poema meu tornou-se uma. Na hora de escolher os times para jogar vôlei, na minha primeira escola, na Cachoeira/Praia Grande, eu sempre ficava de reserva. Descobri anos mais tarde que eu era melhor em bocha, porque esse talento aprendi com meu irmão Jair, jogando com as pedras em casa. Quando mudamos para Sombrio, uma galerinha amada na escola (Catulo) não se importou com o pouco que eu sabia de vôlei. Ao ganhar oportunidade e incentivo, me tornei melhor. Prova disso foi no Iemes, quando nossa turma do primeiro ano do Ensino Médio, ganhou um torneio contra o que chamávamos na época, “Terceirão”. Ou seja, vencemos o gigante!
Um, dois, três! Vamos lá? Feche os olhos! Se ainda não fez o seu exercício de respiração, faça-o antes de continuar essa jornada comigo.
1997 — Eu diria que a internet foi uma alavanca na área da comunicação. Não simplesmente encurtou a distância entre as pessoas, mas também nos conectou com o mundo de forma mais rápida. Na época em que a internet chegou ao nosso meio, Sombrio ganhava fama nacional através da Geloko Sorvetes, ao lançar os produtos da “Turma da Xuxinha”, um projeto da família Tiscoski Rosa que ganhou o coração de muita gente. Tive a honra de acompanhar o desenvolvimento e o lançamento do projeto de perto, bem como experimentar muitas das delícias oferecidas pela marca. No departamento de marketing da empresa, tive a oportunidade de conhecer uma turminha criativa e amável. Anderson Perraro (Pardal), era uma das mentes ativas de lá, que num tempo vago, em Araranguá, desenvolveu o meu primeiro website e me presenteou.
A minha história mudava mais uma vez o percurso. Já não era somente o Vale do Araranguá que recebia a minha coluna diariamente, mas o mundo. O meu website alcançou quem estava fora do país, tornando possível a eles, um meio de estar “mais perto de casa”. Ainda guardo com carinho meu livro de visitas e as centenas mensagens de carinho de leitores espalhados por vários países. Quando iniciei no jornal, em 1990, eu não aceitava a ideia de ver um projeto tão majestoso, restrito a apenas uma cidade, tampouco imaginava que em menos de sete anos, veria tal projeto alcançar tão longa distância.
Nunca foi intenção minha impressionar alguém com isso e ainda hoje isso não me define. No entanto, precisei me adaptar à realidade do meu trabalho e vencer outros gigantes que foram surgindo pelo caminho. Assim como no vôlei, onde ao ganhar oportunidade e incentivo me tornei melhor, minha paixão pelos meus leitores me deu mais estímulo para lapidar as minhas habilidades no intuito de oferecer uma leitura mais agradável e com melhores informações.
Ainda que você precise encarar gigantes no seu caminho ou que não tenha sido escalada para tal time ou grupo, não se deixe abater. Talvez não seja o momento. Talvez você precise apenas aprimorar suas habilidades ou talvez você tenha outros talentos que ainda não descobriu. Talvez seu alvo precise ser redirecionado. Pare e analise! Até mesmo as pessoas bem-sucedidas já se sentiram um dia rejeitadas ou até desencorajadas a seguir em frente. A diferença é a resiliência delas. A determinação e a persistência em continuar firme. A coragem e a garra de lutar por seus objetivos. Já se deu conta que às vezes é preciso perder para ganhar?
Amo pessoas inteligentes, que gostam de falar de diversos assuntos sem ofender ou se sentir ofendido com a opinião alheia. Gente de alma transparente. Aquelas que você sabe que são genuínas, de coração doce e sabedoria no falar. Aquelas que nos fazem bem só com um olhar, uma palavra ou um gesto de carinho. Aquele tipo que não precisa representar, a menos que esteja no palco.
Quer ser melhor? Reflita sobre a sua forma de pensar. Analise a sua forma de ver o mundo e os outros. Seja você mesmo! Não procure impressionar os outros. Impressione a si mesmo!