Moro na praia. Ah, a praia. Esse lugar de paz, sol e areia que promete relaxamento e diversão… e eu, claro, faço parte da comédia. Tudo começou em uma manhã de cerração, quando, repleto de coragem (ou seria tolice?), decidi enfrentar o sol com a minha armadura de protetor solar.
Eu estava com um visual impecável: uma camiseta branca, um chapéu de palha que mais parecia um sombreiro mexicano e, claro, uma camada generosa de protetor solar FPS 50, que prometia invisibilidade total. Acompanhado de uma cadeira de praia verde e amarela, chinelos, guarda-sol e uma bermuda azul e branca, eu estava pronto para o desfile na areia.
A princípio, tudo estava indo bem. Enfiei-me na cadeira, ajustei o guarda-sol e, com um ar de autossuficiência, comecei a relaxar. Uns quinze minutos depois, meu solário particular parecia mais um centro de tortura do que um lugar de lazer.
Encabulado, despedi-me do pessoal da praia e voltei para casa, me sentindo uma mistura de camarão e cereja. Fui direto ao espelho e, como esperado, lá estava eu, um espetáculo de cores: vermelhidão do pescoço aos tornozelos, com apenas algumas partes da pele ainda pálidas. Parecia que alguém havia feito uma pintura abstrata de mim.
No dia seguinte, precisava ir ao supermercado, e foi um verdadeiro circo. Tentei colocar minha camiseta com o máximo de discrição, fazendo malabares com o cinto e tentando não chamar atenção para a minha barriga que, além de não ser pequena, estava mais vermelha do que um pimentão.
Então, fica o meu conselho para aqueles que também desejam enfrentar o sol com bravura: o protetor solar é seu melhor amigo, mas lembre-se de que ele precisa cobrir todas as áreas – e eu digo todas, sem exceção.
Verão que vem tem mais, e com certeza eu estarei lá, armado com o protetor solar e, quem sabe, uma capa de invisibilidade. O sol que se cuide. Ou então, ficarei na sacada, observando os gringos indo brancos e voltando vermelhos… “esse, hoje, não dorme”, eu penso.