Adriano Vargas Marques matou o tio da ex-mulher e tentou matar mais dois familiares dela, para não pagar pensão alimentícia. O crime aconteceu em março de 2019, em Araranguá e seu julgamento encerrou ontem
Araranguá
Adriano Vargas Marques, de 30 anos, foi a júri popular nesta quarta e quinta-feira, dias 3 e 4, no Fórum da Comarca de Araranguá, pelo assassinato de Reginaldo Felisberto, aos 43 anos, no dia 29 de março de 2019. O crime ocorreu no bairro Santa Catarina, às margens da BR 101, próximo da Balança, em Araranguá e Reginaldo era tio da ex-mulher do réu.
Adriano também respondeu por duas tentativas de homicídio. Além dele, a sua mulher e outro homem, que estava junto no momento do assassinato, sentaram no banco dos réus nesta quarta e quinta e responderam por crimes relacionados com os de Adriano.
Segundo a denúncia, alguns dias antes dos crimes, Adriano e a mulher ameaçaram a ex-companheira do réu, para que ela assinasse recibos de quitação de pagamento de pensão alimentícia. As ameaças foram feitas mais de uma vez e envolveram parentes da ex-mulher de Adriano, em mensagem de WhatsApp para o irmão dela, Adriano diz: “Na real, é o seguinte, se tu gosta da tua irmã troca uma ideia com ela […], porque eu não vou cair na cadeia por pensão, se eu for pra cadeia eu vou cair por homicídio, pode ter certeza disso”.
Além das ameaças, a ex-mulher de Adriano também apanhou da atual mulher dele, um dia antes do homicídio, para que ela desistisse do processo de execução de alimentos contra o réu.
Após as ameaças e agressões, Reginaldo (o tio da ex-mulher de Adriano e vítima do homicídio) foi até a casa do réu para questioná-lo sobre as ameaças e agressões que ele praticara contra a sobrinha. A esposa de Reginaldo e seu filho foram juntos com ele. Ao chegarem na casa de Adriano, no bairro Santa Catarina, em Araranguá, todos foram recebidos a tiros.
O filho de Reginaldo ficou ferido na perna a esposa conseguiu escapar sem lesões, segundo a denúncia, os dois só não foram mortos junto com Reginaldo, por circunstâncias alheias a vontade do réu. Já Reginaldo foi assassinado com um tiro no peito, ele também levou um tiro na nádega e teve outros ferimentos.
O Júri iniciou na manhã de quarta-feira e só terminou durante a madrugada de quinta.
Condenação
Adriano foi condenado a pena de 23 anos de reclusão, em regime fechado, e ao cumprimento da pena privativa de liberdade de um ano e três meses de detenção, em regime aberto, pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
A mulher de Adriano, que foi julgada junto com ele, foi condenada a um ano de reclusão, em regime aberto, a três meses de detenção, em regime aberto, por crimes relacionados aos dele. Outro homem, que também foi julgado junto com o casal, foi condenado a pena privativa de liberdade de três anos de reclusão, em regime aberto, por crime relacionado ao de Adriano.