Hoje, vivi um daqueles momentos que fazem você se perguntar se há algo maior em ação no universo. Um daqueles momentos em que até mesmo a nossa própria desordem parece se alinhar com uma ordem divina.
Eu estava lidando com uma pequena crise pessoal. A minha bolsinha de colostomia, sempre a companheira discreta e confiável, decidiu dar um show de descontrole. A situação era simples: levar minha shitzu, Malvina, para uma visita ao Mundo Animal. Parecia uma tarefa fácil, mas em meu mundo, onde a simplicidade frequentemente se transforma em uma corrida de obstáculos, a missão estava prestes a se tornar épica.
Primeiro, carreguei a cachorra, a bolsinha de bolsinhas, o celular pessoal, o celular da empresa e a carteira. Abri o carro, coloquei tudo em cima do veículo como se estivesse organizando uma pequena feira e coloquei Malvina para dentro. Com as janelas abertas para um frescor que já prometia ser um detalhe crucial, fui em direção ao pet shop.
Só que a vida não me dá trégua. Nos primeiros 50 metros da viagem, fui atingido, no rosto, por um objeto. Era o celular da empresa, que voou pela janela e caiu diretamente no meu colo, como se estivesse fazendo um pouso suave após um voo improvisado. Em uma fração de segundo, entrei em pânico. Parei o carro no meio da rua. Olhei para a carteira, que estava ao lado, no chão e respirei aliviado. Meu celular pessoal ainda estava em cima do carro.
A cada passo, o sentimento de incredulidade se transformava em um sorriso. Ali estava eu, um caos ambulante, mas com tudo intacto, como se o universo tivesse decidido dar um golpe de mestre na minha tentativa de desordem.
Se isso não é uma demonstração do amor divino, não sei o que é. Deus deve ter olhado para a minha correria e pensado: “Vamos dar uma ajudinha a esse ser humano que se esqueceu da ordem, mas ainda acredita no melhor.” E assim, com o celular intacto e a carteira sem danos, tudo terminou bem.
Claro, Malvina ainda não entende por que sua visita ao pet shop envolveu tanta confusão, mas eu, definitivamente, aprendi uma coisa: a ordem pode ser perdida, mas quando você tem um pouco de fé (e um amor divino de apoio), a desordem pode transformar-se em uma incrível prova de cuidado e proteção.
E assim, entre a bolsa de colostomia e a shitzu, eu descobri que até na mais simples das corridas, há uma pitada de magia e uma grande dose de amor incondicional. E, de fato, parece que Deus me ama mais do que eu imaginava, especialmente quando eu mais preciso de uma mãozinha — ou, neste caso, uma ajudinha celestial.