A intensa onda de calor que atingiu Santa Catarina neste verão teve um impacto severo no município de Meleiro, no Extremo Sul do estado. Com 7 mil habitantes e economia baseada na agropecuária, a cidade registrou as temperaturas mais elevadas do período, segundo levantamento da Defesa Civil Municipal.
Entre os dias 1º de fevereiro e 12 de março, foram contabilizados 21 dias com temperaturas acima dos 32°C, o que representa 54% do período monitorado. Em 13 desses dias, a marca foi atingida consecutivamente. O dia mais quente do ano em Santa Catarina também foi registrado no município: em 11 de fevereiro, os termômetros chegaram a 41°C.
Prejuízos na agropecuária passam de R$ 4 milhões
A pedido do coordenador municipal da Defesa Civil, engenheiro civil João Francisco Nazário, a Secretaria Municipal de Agricultura realizou um levantamento das perdas econômicas no setor agropecuário. Os prejuízos ultrapassam R$ 4,1 milhões e afetam diversas atividades:
Arroz: perda de 3% das áreas plantadas (315 hectares), equivalente a R$ 3,78 milhões.
Leite: redução na produção de 62,5 mil litros devido ao estresse térmico do gado, resultando em perda de R$ 171,8 mil.
Avicultura de corte: morte de 15 mil aves, causando prejuízo de R$ 40,8 mil.
Milho safrinha para silagem: perda de 20% da área plantada (40 hectares), equivalente a R$ 154 mil.
Morte de animais: quatro vacas leiteiras (R$ 20 mil) e um equino (R$ 5 mil).
Administração se solidariza com produtores
O prefeito Anderson Scardueli e o vice-prefeito Jonas Costa Ostetto manifestaram preocupação com os impactos da onda de calor na economia local e demonstraram apoio aos produtores afetados.
“A Defesa Civil já fez o relatório, e as perdas são significativas, já que nossa economia depende do agronegócio. Estamos solidários com nossos agricultores”, declararam.
Diante do cenário, a administração municipal avalia medidas para auxiliar os produtores e mitigar os efeitos da estiagem e do calor extremo na região.