Deputada federal Júlia Zanatta (PL) poderá abraçar, novamente, uma candidatura a Prefeitura de Criciúma, a exemplo do que já fez em 2020, ocasião em que emplacou a terceira colocação naquela eleição municipal, depois de conquistar 7% dos votos.
O cenário de 2024, no entanto, é totalmente diferente daquele encontrado no pleito passado, quando ela enfrentou de frente o projeto de reeleição do prefeito Clésio Salvaro, então filiado ao PSDB, e hoje integrante do PSD. Neste ano, Clésio não será candidato e tentará transferir seu prestígio para seu atual Secretário de Governo, Arleu da Silveira (PSDB), que está de malas prontas para se filiar ao PSD, no início de março. Mas, como se sabe, uma coisa é Clésio Salvaro ser candidato a prefeito, e outra coisa bem diferente é Clésio apoiar alguém ao cargo de prefeito.
O projeto original de Júlia não era este. Ela vinha trabalhando pela candidatura do deputado federal Ricardo Zanatta Guidi (PSD) ao executivo criciumense. Vale lembrar que Júlia e Ricardo são primos. Para viabilizar este projeto, Ricardo assumiu até mesmo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde, numa clara demonstração de apoio do governador Jorginho Mello (PL) a sua pretensão municipal. O problema é que Ricardo não está conseguindo costurar as alianças necessárias para seu intento. As principais barreiras estão dentro do próprio PSD, que já convergiu para o projeto de Arleu da Silveira, com as bençãos do deputado estadual Júlio Garcia (PSD).
Ricardo Guidi poderia tentar uma manobra arriscada, migrando para o PL e bancando uma candidatura autoral a prefeitura criciumense. O grande problema é saber se o movimento bolsonarista o veria como um dos seus, ou se viraria as costas para seu projeto. Este dilema, por exemplo, Júlia Zanatta não enfrenta.
Convém ressaltar que Ricardo Guidi ainda não jogou a toalha, mas as chances de que ele venha de fato ser candidato à Prefeitura de Criciúma são cada vez menores. É justamente neste vácuo que crescem as possibilidades de que a deputada Júlia Zanatta emplaque como candidata a prefeitura, com o apoio integral do governador Jorginho Mello, e do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que já prometeu que irá fazer campanha pessoalmente para os candidatos a prefeito do PL nas maiores cidades do país, o que inclui Criciúma.
Finais
- Na próxima quinta-feira, dia 1º, o prefeito de Morro Grande, Clélio Daniel Olivo, o Kéio (PP), assumirá o comando da Amesc, a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense. Em princípio, as tratativas internas entre os prefeitos da Amesc davam conta que o prefeito de Meleiro, Eder Mattos (PL), é quem seria o novo presidente da entidade em 2024. Eder, no entanto, declinou do convite, abrindo espaço para a eleição consensual de Kéio. O novo presidente também assumirá a presidência do Cis/Amesc, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amesc. Ao longo do último ano, ambas funções foram exercidas pelo prefeito de Santa Rosa do Sul, Almides da Rosa (PSDB).
- PSD e Republicanos de Sombrio estão tentando costurar uma aliança que viabilize a construção de uma nova via política no município, paralela as tradicionais candidaturas majoritárias do MDB e do Progressistas. A autoproclamada “Terceira Via” conta com figuras conhecidas da política local, como os ex-vereadores Manoel da Rosa Albino, o Chero, e Elisandro Guimarães de Oliveira, o Grosso, e ainda Clodoaldo Patrício, que em 2020 disputou a Prefeitura Municipal de Sombrio, emplacando quase 3.000 votos. Em princípio, o grupo diz que não pretende ceder a cabeça de chapa para nenhum outro partido diante do pleito eleitoral deste ano.