Em meio a um cenário de crises econômicas, desigualdades sociais e carências estruturais em serviços básicos, o Brasil se vê diante de um paradoxo alarmante: o financiamento público generoso aos partidos políticos e campanhas eleitorais, através dos chamados Fundo Eleitoral e Fundo Partidário. Enquanto a população enfrenta dificuldades diárias, esses fundos continuam a crescer exponencialmente, alimentados por uma lógica que desafia a racionalidade e a moralidade.
O Fundo Eleitoral, criado em 2017, teve sua cifra aumentada drasticamente para as eleições de 2024, atingindo a astronômica marca de cerca de 5 bilhões de reais. Esse montante absurdo, financiado pelo dinheiro dos contribuintes, destina-se a sustentar campanhas políticas, em um país onde serviços públicos essenciais frequentemente padecem de investimentos adequados. Enquanto escolas carecem de estrutura e hospitais enfrentam colapsos, políticos têm à disposição recursos milionários para conquistar votos.
Paralelamente, o Fundo Partidário mantém-se como uma fonte contínua de recursos para os partidos políticos, garantindo um financiamento que muitas vezes não se justifica pela representação efetiva que oferecem à sociedade. São valores que circulam sem a devida transparência, sem a prestação de contas suficiente ao público que os financia.
A justificativa para esses fundos baseia-se na teoria de que um financiamento público reduziria a influência do dinheiro privado nas eleições, evitando assim a corrupção e favorecendo a igualdade entre os candidatos. No entanto, na prática, tem-se visto um distanciamento cada vez maior entre os eleitos e os eleitores, com uma representação política que muitas vezes não reflete as necessidades e aspirações da população.
Além disso, a falta de critérios claros para a distribuição desses recursos leva a distorções e abusos, onde alguns partidos são beneficiados de maneira desproporcional em detrimento de outros, muitas vezes com base em acordos políticos pouco transparentes.
Em um país onde milhões vivem na pobreza e a desigualdade social é gritante, é inadmissível que recursos públicos sejam desviados para sustentar uma máquina política que nem sempre age em prol do interesse coletivo. É urgente repensar a função e o tamanho desses fundos, exigindo maior fiscalização e transparência na sua utilização, assim como uma revisão das prioridades orçamentárias que realmente beneficiem a sociedade como um todo.
Finais
- Direção estadual do Republicanos iniciará hoje uma série de reuniões entre a cúpula e as bases do partido, nas diversas regiões de Santa Catarina. O objetivo do novo presidente da legenda, deputado federal Jorge Goetten, é estreitar a sintonia entre o comando catarinense e os diretórios, e comissões provisórias, do partido em todo o Estado. Em nossa região, a vinda da cúpula do Republicanos está prevista para acontecer na próxima quinta-feira, 27, em Araranguá. Em princípio, o partido objetiva eleger entre oito e dez vereadores nas eleições deste ano, no conjunto dos 15 municípios aqui do Extremo Sul Catarinense. No que diz respeito a disputa majoritária, o Republicanos não conseguiu colher bons frutos com vistas ao pleito de 2024 em nossa região, e o partido deverá concorrer apenas como candidato a vice-prefeito do MDB de Praia Grande, vaga esta, que, no entanto, ainda não está garantida.
- Pela primeira vez na história política aqui do Extremo Sul Catarinense, duas filhas de ex-prefeitos estarão disputando eleições majoritárias. Em Sombrio, a prefeita Gislaine Dias da Cunha (MDB), que é filha do ex-prefeito Arlindo Cunha, tentará a reeleição. Por sua vez, em Jacinto Machado, a empresária Noeli Zacca (PP), filha do ex-prefeito Pool Zacca, concorrerá como candidata a vice-prefeita do também empresário Sander Just (MDB). Além de prefeita no atual mandato, Gislaine também já foi vice-prefeita do município, e Secretária Municipal de Saúde. Já Noeli Zacca estará estreando na política eleitoral. A título de curiosidade, em nossa região, o município que mais teve filhos de ex-prefeitos concorrendo e se elegendo prefeito foi Maracajá. Antenor Rocha, o Tata (PP), Antônio Carlos Oliveira, o Cacaio (PP), e Wagner da Rosa (MDB), administraram o município, assim como seus respectivos pais.