Bastidores da política estão fervendo em Florianópolis, com vistas a briga pela presidência da Assembleia Legislativa. De um lado está o grupo político do governador Jorginho Mello (PL). Do outro está o grupo político do deputado estadual Júlio Garcia (PSD), que já presidiu o parlamento estadual e não esconde seu desejo de voltar ao seu antigo posto.
Em princípio, tudo leva a crer que Jorginho conseguirá reunir os 21 votos necessários para emplacar um deputado aliado como presidente da Assembleia. O PL, partido que é presidido pelo governador, conta com 12 deputados estaduais. O Progressistas, que está de corpo e alma dentro do governo, conta com mais três. Afora estes 15, também devem ser contabilizados outros seis deputados filiados ao MDB, partido que também selou acordo com Jorginho Mello na semana passada, o que aumentar para 21 o número de parlamentares diretamente ligados a gestão estadual. O grande problema é que em política, dois mais dois tanto pode ser três, como também pode ser cinco. Difícil mesmo é ser quatro.
O primeiro dilema de Jorginho está dentro do Progressistas. O partido conta com os deputados José Milton Scheffer, Altair Silva e Pepe Colaço. Os dois primeiros, de fato, devem votar para a nova presidência da Assembleia de acordo com orientação do governador. Pepe Colaço, no entanto, que é de Tubarão, é adversário político do PL. Durante a campanha eleitoral deste ano, por exemplo, ele fez oposição ferrenha ao prefeito eleito Estener Soratto Júnior (PL), que é deputado estadual e já foi Chefe da Casa Civil do governo de Jorginho Mello. Há de se levar em conta, também, que o Progressistas de Tubarão é aliado do PSD de Júlio Garcia. Trata-se de um voto, portanto, que está muito mais propenso a ser direcionado a Júlio Garcia do que a um candidato apoiado pelo governador.
Por sua vez, o MDB, apesar de ter feito juras de amor ao governador na semana passada, também conta com uma interrogação e tanto. Vale lembrar que o deputado Mauro de Nadal (MDB) só foi eleito presidente da Assembleia Legislativa, para o atual biênio, graças a uma majestosa articulação capitaneada por Júlio Garcia. Na prática, Mauro deve a Júlio seu mandato como presidente. Seria mais do que natural esperar que agora o emedebista retribuísse o benefício que recebeu, votando em Júlio Garcia para a presidência. Se do grupo composto por PL, Progressistas e MDB forem suprimidos os votos de Pepe Colaço e Mauro de Nadal, já não se tem mais 21 deputados, e sim 19.
Finais
- Por óbvio que nem só de PL, Progressistas e MDB vive o governo de Jorginho Mello. Há na Assembleia Legislativa deputados de outros nove partidos, de onde podem emanar os dois votos supostamente necessários para se atingir os 21 suficiente para eleger o presidente do parlamento estadual. Em tese, um govenador teria muito mais forças do que um deputado para angariar os votos necessários para suas intenções. O problema de Jorginho é que não estamos falando de um deputado, mas sim de Júlio Garcia, um mestre em articulação política. É justamente por conta disto que o jogo de xadrez valendo a composição da futura Mesa Diretora da Assembleia Legislativa ainda está em aberto.
- PSD e Progressistas selaram acordo e dividirão a presidência da Câmara Municipal de Balneário Arroio do Silva no próximo quadriênio. As duas legendas elegeram oito, dos 11 vereadores da próxima legislatura. O vereador reeleito Pedro Eugênio Coelho, o Pedrinho (PSD), será presidente no biênio 2025/2026. Já a vereadora reeleita Maria Alice Luciano, a Professora Alice (PP), será presidente no biênio 2027/2028. Nos dois primeiros anos, como o PSD ocupará a presidência, o Progressistas indicará o vice-presidente. Nos dois últimos anos, com a presidência sendo exercida pelo Progressistas, a vice-presidência caberá ao PSD. Na atual composição da Mesa Diretora da Câmara de Arroio do Silva, Pedrinho ocupa a primeira secretaria e Alice a segunda secretaria.