Toda eleição municipal é a mesma coisa: os vereadores eleitos ou reeleitos nem tomaram posse ainda e já são desencadeadas especulações relativas à composição da Mesa Diretora da Câmara Municipal para o próximo quadriênio. Em Sombrio, vários vereadores já demonstraram interesse em presidir o legislativo a partir do dia 1º de janeiro. Em princípio, dos onze eleitos no último dia 6 de outubro, sete são de situação. A oposição, que elegeu apenas quatro vereadores, não tem grandes chances de emplacar a presidência, mas pode bagunçar o coreto oferecendo estes votos a determinado vereador de situação, que precisaria de apenas mais outro vereador para chegar ao comando da Mesa Diretora da Câmara. Neste sentido, o caminho mais curto para a oposição seria se aliar ao PL, que elegeu dois vereadores, e poderia até mesmo ficar quatro anos na presidência do legislativo, deixando isolados os quatro vereadores do MDB e um PSDB, que também foram eleitos pela coligação que hipotecou apoio ao projeto de reeleição da prefeita Gislaine Dias da Cunha (MDB). Mas a oposição também poderia se aliar ao MDB, deixando isolados o PL e o PSDB, e por aí afora. Conjecturas é o que não faltam num momento como este, e poderiam incluir até mesmo a formação de um bloco com quatro vereadores de oposição, um do PL e um do PSDB.
No entanto, durante a montagem do grupo de apoio ao projeto de reeleição de Gislaine, antes do início da campanha eleitoral, líderes do MDB, do PL e do PSDB deixaram alinhavado um acordo dando conta que a presidência da Câmara Municipal, para o próximo quadriênio, iria respeitar a proporcionalidade das urnas, de modo a contemplar todos os partidos que elegessem vereadores. A situação, conforme ressaltado, elegeu sete. Se o acordo for seguido, estes sete teriam que dividir os 48 meses que se seguirão a partir de 1º de janeiro. Como elegeu quatro vereadores, o MDB teria direito a 27 meses, o PL que elegeu dois, teria direito a 14 meses, e o PSDB, que elegeu um, teria direito a sete meses. MDB e PL teriam que saber quais os reais interessados em assumir a presidência da Câmara e promover a divisão interna de seus períodos. O resto seria burocracia, como eleição e renúncia de presidências para viabilizar a consolidação desta aritmética do poder.
É claro que nada disto poderá, de fato, acontecer. Vereadores podem assumir secretarias municipais, outros podem abrir mão da presidência, e outros podem simplesmente não querer participar de nenhum tipo de arquitetura de poder, resumindo-se a votar em quem seu partido orientar, ou em quem a prefeita Gislaine Cunha indicar orientação de voto.
De um modo geral, o que se observa é que a eleição para a próxima presidência da Câmara de Sombrio não será nenhum pouco tranquila. O fato é que tem muito mais cacique do que índio, na aldeia da política sombriense.
Finais
- E no que diz respeito a composição da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal de Araranguá, o martelo já foi batido. Ainda que a coligação proporcional que elegeu o prefeito César Cesa (MDB) tenha conquistado 13, das 15 cadeiras legislativas no próximo quadriênio, apenas seis vereadores de situação, mais dois da oposição, firmaram acordo para o próximo biênio legislativo, objetivando o preenchimento das vagas da Mesa Diretora. Pelo acordo, a presidência, a partir de 1º de janeiro será exercida pelo vereador Paulinho de Souza (MDB). O primeiro vice-presidente será Juliandro Coelho (Republicanos). O segundo presidente será Diran Drewke (PP). O primeiro secretário será Douglas Michels (PP) e o segundo secretário será Carlos da Funerária (Republicanos).
- Dos 5.569 municípios brasileiros, apenas 103 têm mais de 200 mil eleitores, e poderiam ter segundo turno nas eleições deste ano. No entanto, em 51 deles a eleição já foi decidida no primeiro turno, como aconteceu em Florianópolis, Joinville e Blumenau, aqui em Santa Catarina. De todo modo, eleitores de outros 52 municípios voltarão às urnas no próximo domingo. Deste total, 18 estão no Estado de São Paulo, o que inclui a capital. Cinco estão no Rio Grande do Sul, o que inclui Porto Alegre. Rio de Janeiro, Goiás e Paraná terão segundo turno em três municípios. Com dois municípios figuram os Estados de Minas Gerais, Ceará, Pará, Paraíba e Pernambuco. Já com apenas um município com segundo turno estão Amazonas, Bahia, Espírito Santos, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia, Sergipe e Tocantins.