A articulação do governador Jorginho Mello (PL), que tirou o comando do Republicanos de Santa Catarina das mãos do ex-governador Carlos Moisés da Silva, e o colocou nas mãos do deputado federal Jorge Goetten, pode significar o fim da carreira política do ex-mandatário do Estado. Sem um partido para chamar de seu nas eleições municipais deste ano, Carlos Moisés terá que atuar diante do próximo pleito de Outubro como mero expectador. Sem a caneta nas mãos, e diante de um eminente vazio político pelos próximos meses, dificilmente o ex-governador conseguirá se reerguer das cinzas, e o mais provável é que ele suma do cenário político catarinense definitivamente. Qualquer tentativa de retorno só teria alguma chance de dar certo se ele se filiasse a alguma sigla de expressão, onde os caciques já estão postos em seus devidos lugares. Neste caso, ele teria que atuar como coadjuvante, o que não faz seu estilo.
A grande verdade é que Carlos Moisés da Silva deu aula de como não fazer política em nosso Estado. Seu primeiro erro foi romper com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), diante de um eleitorado iminentemente bolsonarista. Ato seguinte adotou um discurso social-democrata, em contradição ao seu próprio projeto de eleição, que surfou no discurso liberal e conservador. No embalo, se isolou dos partidos tradicionais, se colocando acima do bem e do mal. Como resultado, colheu dois processos de cassação que só não lhe custaram o mandato porque entregou a gestão de seu governo aos deputados estaduais.
Fora do governo, e com o Republicanos sob sua batuta, o ex-governador continuou dessintonizado da realidade política catarinense. Em nenhum momento ele se mostrou, ao menos publicamente, um fomentador de candidaturas a prefeito ou a vereador por seu novo partido. Como não semeou, não conseguiu colher liderança, e tirá-lo do comando do Republicanos foi tão fácil quanto tirá-lo do governo.
Finais
- Encontro regional do MDB, realizado na sexta-feira à noite em Criciúma, apresentou todos os pré-candidatos a prefeito e a vice da legenda, para a disputa nos mais de 40 municípios do Sul do Estado. Pela região da Amesc, foram apresentadas as pré-candidaturas majoritárias de 13, dos 15 municípios. Apenas em Meleiro e Ermo o partido não deverá ter candidato a prefeito ou a vice, e apoiará as respectivas candidaturas do PL ao Executivo Municipal. Os pré-candidatos a prefeito apresentados foram César Cesa, em Araranguá, Fernando Ferreira, o Chimia, em Balneário Gaivota, Sander Just, em Jacinto Machado, Adelirio Monteiro, em Praia Grande, Márcio Grei Magnus, em São João do Sul, Gislaine Cunha, em Sombrio, Marlon Panatta, em Timbé do Sul, e Heriberto Schimidt, em Turvo. Em Maracajá, o MDB apresentou nada menos do que sete pré-candidatos a prefeito, ressaltando-se, no entanto, o nome do ex-prefeito Wagner da Rosa.
- Já como candidatos a vice, o MDB apresentou as pré-candidaturas de Rejane Martins, em Balneário Gaivota, Juraci Favarin, o Tatim, em Morro Grande e Pedro Dávila da Cunha, em Santa Rosa do Sul. Em Balneário Arroio do Sul o partido mudou de rota. O nome de Eduardo Costa, cotado para ser candidato a vice de Jairo Borges, do PL, foi substituído pelo o de Larissa Biléssimo, que deverá ser oficializado na semana que vem. Em Sombrio também está posta a pré-candidatura do atual vice-prefeito Jeriel Isoppo à reeleição. Paralelo ao cenário apresentado no encontro regional do MDB, há três situações pontuais que podem sofrer novos desdobramentos. Em Balneário Gaivota o partido pode convergir para uma aliança com Progressistas, PSD e PDT. Nesta aliança é possível que o MDB indique o vice do PSD, ao invés de ter candidatura própria a prefeito. Em Maracajá é especulada uma inédita dobradinha com o Progressista, e o MDB poderia ser até mesmo vice de seu histórico rival no município. Por fim, em São João do Sul o MDB poderá compor com o PL, indicando o candidato a vice dos liberais.