No próximo domingo, 6 de outubro, eleitores de todo Brasil irão às urnas para eleger ou reeleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. As poucas horas que nos separam do sufrágio universal, através do voto direto e secreto, são um excelente conselheiro para nossa consciência. O futuro das cidades brasileiras depende das escolhas feitas nas urnas, e a importância de selecionar candidatos comprometidos com o desenvolvimento e o bem-estar da população não pode ser subestimada. Neste contexto, é fundamental entender que a prática da compra de votos representa uma grave ameaça à democracia. Quando o voto é negociado em troca de benefícios imediatos, como uma cesta básica, um vale gasolina ou uma consulta médica em um especialista, o eleitor abdica de seu poder de cobrança e desobriga o político eleito de cumprir com os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral.
O fato é que a compra de votos corrompe o processo eleitoral, criando uma relação de dependência e favorecimento que enfraquece a representatividade outorgada ao poder público. Um político que se elege por meio de práticas corruptas tende a governar em benefício próprio, ou de interesses restritos, deixando de lado o desenvolvimento sustentável do município e as reais necessidades da população. Esse ciclo vicioso perpetua desigualdades e impede a construção de políticas públicas eficientes e rigorosas. A longo prazo, os prejuízos são evidentes: cidades estagnadas, serviços públicos deficitários, baixo índice de desenvolvimento humano e falta de oportunidades à população.
É crucial que o eleitor entenda que um político bom não é aquele que oferece favores pessoais durante a campanha, mas sim aquele que trabalha para criar condições que possibilitem uma vida digna para todos. Um verdadeiro representante do povo é aquele que busca atrair investimentos para o município, que luta por uma educação de qualidade, por uma saúde acessível e por uma infraestrutura que promova o crescimento econômico local. Ele deve ser transparente, responsável e comprometido com o bem comum, sem se envolver em interesses pessoais ou de grupos específicos.
O voto consciente é, portanto, um exercício de cidadania e um passo essencial para o fortalecimento da democracia. Ao escolher candidatos que realmente estejam alinhados com as demandas da população, e que apresentem propostas viáveis para o desenvolvimento do município, o eleitor contribui para a construção de um futuro mais justo e próspero. O ato de votar é mais do que um direito; é um dever cívico que exige reflexão e responsabilidade. Portanto, no próximo domingo, tenha consciência que a escolha que você fizer nas urnas será decisiva para o destino de seu município, e por consequência, para o futuro de sua vida e dos seus.
Finais
- As eleições deste ano em nossa região contam com 43 candidatos a prefeito e, consequentemente, 43 candidatos a vice-prefeito, além de 797 candidatos a vereador. O Progressistas é o partido com o maior número de candidaturas majoritárias: são nove candidatos a prefeito e sete a vice-prefeito. Em seguida, aparece o MDB, também com nove candidatos a prefeito, porém com apenas cinco a vice-prefeito. O PL, que estreia nas eleições municipais sob a influência do bolsonarismo, apresenta oito candidatos a prefeito e cinco a vice-prefeito. O PT, tradicional rival do PL, conseguiu lançar cinco candidaturas a prefeito e quatro a vice-prefeito, mostrando menor presença no cenário local. Em uma zona intermediárias aparecem o PSDB e o PSD. O PSDB tem quatro candidatos a prefeito, dois deles disputando a reeleição. Os tucanos também tem quatro candidatos a vice-prefeito. O PSD, por sua vez, tem três candidatos a prefeito, mas disputará sete vice-prefeituras.
- Outros oito partidos também possuem candidaturas majoritárias na região. O Partido Novo, Solidariedade, PDT, Podemos e União Brasil têm, cada um, um candidato a prefeito. Todos apresentam a mesma quantidade de candidatos a vice-prefeito, uma vez que concorrem com chapas puras. O PSOL, por sua vez, tem dois candidatos a vice-prefeito, enquanto os Republicanos apresentam um candidato a vice-prefeito. Embora Progressistas e MDB sigam como as principais forças políticas no Extremo Sul Catarinense, é importante destacar o crescimento do PL. O partido está enfrentando as eleições de 2024 com determinação para se consolidar entre os grandes, não apenas na região, mas em todo o Estado, impulsionado pelo apoio do governador Jorginho Mello (PL) e pela retórica bolsonarista. Em contrapartida, o PSD, que já elegeu cinco prefeitos na região, enfrenta um declínio. Apesar de contar com três candidaturas a prefeito e sete a vice-prefeito, o partido encolheu de 2020 para cá, perdendo força no cenário regional.