quinta-feira, 21 DE novembro DE 2024
Luiz LlantadaIngenuidade fatal  

Ingenuidade fatal  

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“A ingenuidade também mata”. Desculpem-me por ter iniciado esta crônica com esta frase tão impactante. Passo a dissecá-la. Antes de me estender, saibas que eu acho bonito uma pessoa ser ingênua, porque ela demonstra ser pura e não ter maldade. Toda a criança é ingênua, porque ainda não conhece os perigos do mundo. Outro exemplo é uma pessoa que se apaixona cegamente por outra. Isso é perigoso. Temos que saber que todo o ser humano erra. Uns mais outros menos. Mas todos erram. Assim, temos que estar sempre atentos.

A vida é cruel, cheia de perigos e de gente traiçoeira. A maioria das pessoas é boa. O ideal seria que todos fossem. Mas a realidade é que há também pessoas más. No mundo animal existe o lobo e o cordeiro. O primeiro está sempre à espreita para dar um bote no segundo, que é ingênuo. Os animais, porém, estão perfeitamente identificados pela natureza. Não são dissimulados.  Já os seres humanos não. Por serem inteligentes, dissimulam. Quando querem atingir seus objetivos escusos, usam deste recurso. Aqui reside o perigo.

Precisamos saber bem o que queremos da vida. De um modo geral, todos queremos viver e ser felizes. Mas a felicidade não cai do Céu. Ela tem que ser buscada com inteligência. Primeiro é preciso saber que viver é perigoso. Eu costumo brincar com amigos dizendo: “respirar é perigoso”. Porque respirar é estar vivo. Para alcançarmos e mantermos esses dois objetivos fundamentais é indispensável que estejamos sempre atentos. Não sermos ingênuos, nem jamais termos maldade nas nossas mentes e nos nossos corações.

É preciso que tenhamos certa dose de “malícia”. Isto significa prestarmos muita atenção aos comportamentos, às atitudes e às intenções das pessoas. E com tudo o mais que acontece à nossa volta, sem ingenuidade. É um erro fatal acharmos que temos segurança plena quando dependemos das atitudes dos outros. Até mesmo, em relação aos fenômenos naturais e acidentais, os quais nem sempre podemos evitá-los, mas sim atenuá-los. Por que não?

Tu confias em rua preferencial no trânsito? Ou num sinal verde de um semáforo a teu favor? Se confias, cuidado! Tua vida corre risco. Essas convenções só existem no papel. Elas não te dão segurança absoluta, pois não contam com os erros humanos, dos que desconhecem a lei, estão distraídos ou bêbados.  E o ingênuo que vinha tranquilo, confiando na sorte, acaba morrendo.

A malícia a que me referi é a gente prever o erro do outro, ou uma fatalidade, um fato imprevisto qualquer. Inacreditável! Mas tem gente que confia em cachorros de raças ferozes, como o “pitbull” ou “rottweiler”, e os têm em casa e, o extremo da ingenuidade, dizem que são mansinhos. Meu pai dizia: não existe revólver descarregado, pois o Diabo sempre põe uma bala na agulha.

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