Quem vê a determinação de “dona” Albertina Silveira Pedro, de 66 anos, coletando latinhas de alumínio pelas ruas do município, não imagina a sua superação e esforço para auxiliar nas despesas da família. Casada com o aposentado Valdir da Silva, de 70 anos, que enfrenta dificuldades de locomoção e faz tratamento contra depressão, ela depara-se com mais um problema: arrecadar recursos para submeter-se a ao exame de angiografia coronária, cujo custo é de aproximadamente R$ 3 mil, algo fora do alcance financeiro dela.
O procedimento é urgente, pois vai identificar estenoses (obstruções) nas artérias coronárias, que são responsáveis pela irrigação do músculo cardíaco (miocárdio). Para complicar, Albertina tem uma anomalia congênita.
Devido ao problema, ela encontra dificuldades para guiar seu carrinho e fazer coleta de latinhas de alumínio pelas ruas de Araranguá. “A recomendação médica é para evitar esforço, mas é a história do cobertor curto. Se não trabalhar, não conseguimos manter as despesas básicas para sobreviver”, conta. Há aproximadamente dez anos, cata material reciclável, especialmente latinhas de alumínio, que tem maior valor de mercado.
Hoje, conforme revela, são recolhidos cerca de 17kg de latinas de cerveja e refrigerantes por mês, resultando no faturamento de R$ 93,50.
Dona Albertina afirma que realiza coletas todos os dias, faça chuva ou sol, frio ou calor.
O exercício da atividade, no entanto, está prejudicado pela fragilidade no estado de saúde e ansiedade gerada pela dificuldade em conquistar recursos financeiros para submeter-se ao exame solicitado pelo médico: “Poderia aguardar pelo SUS, porém acho que não vou conseguir suportar até lá. Quem sabe um anjo ou uma falange deles se sensibilize e me auxilie neste sentido. Tenho muita vontade de voltar ao ritmo normal de trabalho”, conta.
Interessados em colaborar para que dona Albertina possa realizar a angiografia coronária podem visitá-la na humilde e aconchegante moradia situada junto à rua Salvato Orige, nº 583, no bairro Lagoão, em Araranguá. “Toda ajuda é bem-vinda. Alimentos também ajudariam bastante”, pondera.
Outra alternativa de contribuir é fazendo depósito via PIX para Nair Pereira, cuja conta na Caixa Econômica Federal é 48 998152370. Ex-servidora pública e autônoma, ele tornou-se uma espécie de madrinha da idosa. “Há uns dois anos, em um dia de sol escaldante de verão, vi ela puxando aquele carrinho para coletar latinhas de alumínio. Em um ato instantâneo lhe convidei para um café. Ela primeiro hesitou e demonstrou perplexidade, mas acabou aceitando. Desde então, começamos a conviver e testemunhei à sua luta pela sobrevivência”, explica Nair. Ela inclusive foi convocada a emprestar seu contato do PIX, porque o casal de idosos não dispõe de aparelho de telefone celular e acesso a rede social.
Colaboração: João Carlos Silva