segunda-feira, 11 DE novembro DE 2024
Luiz LlantadaCrônica | Quatro de julho

Crônica | Quatro de julho

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                   Lá pelos anos sessenta, era moda falar-se mal dos americanos. Tudo que acontecia de ruim no Brasil, América Latina e demais países pobres era culpa dos USA. Era comum ver-se em jornais, revistas e cinemas notícias e cenas da bandeira dos EUA sendo queimada em praças públicas. Também lia-se muito pelas ruas a frase “yankee go home” (americanos voltem para casa). Desde criança quando comecei a frequentar cinemas nas matinês dos domingos e feriados notei que a grande maioria dos filmes eram americanos, portanto, passei a ter contato com a cultura daquele povo.
                   Quando eu via aquelas ações em cadeia contra os americanos, eu ficava intrigado. Pô! Me perguntava: será que esses caras, na realidade, são tão ruins assim, se nos filmes e nas histórias em quadrinhos me parecem tão bons, inteligentes e corajosos? E desde lá comecei a questionar todas as opiniões e comportamentos de massa. Aprendi uma coisa importante na minha vida, a de que pensar como rebanho é perigoso, pois um influi na opinião do outro e acaba-se contagiando a manada toda, a qual pode, de repente, despencar num abismo, como aconteceu com a Alemanha nazista.
                   Aprendi que foram os USA a primeira nação do mundo a aplicar na sua constituição a filosofia Iluminista surgida na Europa. O Iluminismo foi o pensamento que trouxe luzes à humanidade. Libertou o ser humano da escravidão, do fanatismo, da ignorância e da intolerância da “Idade das Trevas”.
                     A França, tida como o berço da liberdade, só veio a pô-lo em prática na Revolução Francesa, em 1789. Os EUA, porém, já o fizera em 04 de julho de 1776, consignando na sua  Declaração de Independência, “Carta da Philadelphia” a seguinte frase, dentre outras: “…que todos os homens são criados iguais, sendo-lhes conferidos pelo seu Criador certos Direitos inalienáveis, entre os quais se contam a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade. …” Depois, a maioria das nações civilizadas fizeram o mesmo.
                   Os americanos, por duas vezes, na I e na II Guerra Mundial, saíram de sua pátria para lutar pela defesa da liberdade no resto do mundo. Morreram milhares deles. Fizeram coisas erradas? Sim, como as duas bombas atômicas lançadas sobre o Japão. Mas sabes também o que os japoneses (v. Massacre de Nanquim), os alemães (perseguição aos judeus) e outros povos já fizeram de errado pelo mundo à fora? Se não sabes, é bom procurar saber, para não pecares por ingenuidade. Nunca se deixar levar pela opinião de massa ou comportamento de manada. Forma a tua própria opinião. Ah! Nesta semana tivemos o dia 04 de julho… É bom lembrar.
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