Dentre as muitas características que temos uma é a de julgarmo-nos uns aos outros. Fazemos isso de forma consciente quando o julgamento da maneira de pensar e de agir do outro é de nosso interesse imediato. Exemplos: – Entre casais; pais e filhos; patrão empregado; professor e aluno; etc. Esses julgamentos ocorrem porque precisamos saber se a pessoa com quem nos relacionamos está procedendo de acordo com aquilo que esperamos dela.
Essas observações servem para sabermos aonde é que podemos mudar nossa forma de agir para influenciá-la a melhorar, ou a nós próprios. Manter a relação, ou não, como nos casos de divórcio, dispensa de empregado ou um distrato qualquer. Enfim, seja lá o que for, acabar com uma relação indesejável.
Inconscientemente também julgamos pessoas, mesmo que não seja de nossa relação nem haja interesse real para isso. Muitos desses nossos julgamentos também nos ajudam a sermos o que somos. É através da análise crítica de outras pessoas que vamos distinguindo o que é certo ou errado, o que podemos imitar dela, ou evitar fazer igual. É por isso que temos empatia, simpatia ou antipatia por alguém.
Cometemos erros de avaliação de algum semelhante nosso, quando fazemos um julgamento precipitado, por não termos disponíveis todos os dados necessários para julgá-lo ou, talvez, tenhamos manipulado informações insuficientes ou deturpadas, maldosamente expendidas por alguém que tenha interesse em prejudicar aquele nosso irmão. É por isso que temos que ter extremo cuidado em não julgar de maneira atabalhoada.
O pior julgamento que podemos fazer é aquele baseado na aparência de alguém. Temos desenhado, por natureza, em nosso inconsciente, um modelo, uma aparência que alguém deveria ter para nos agradar. Algo assim como uma distinção entre o feio e o bonito. O primeiro é o bandido, o segundo é o mocinho. Observa nos filmes e novelas: os bonzinhos sempre são bonitos ou simpáticos e os maus feios e antipáticos. Só depois que conhecemos uma pessoa mais profundamente é que saberemos se ela é boa ou má.
Nunca te aconteceu de alguém dizer quê, antes de te conhecer melhor, quando te via na rua ou em festas, te achava antipático ou arrogante? Mas quê, depois de te conhecer melhor, te acha agora uma pessoa legal? Pois é, o julgamento que ela tinha feito de ti foi com base na tua aparência, ou forma de se expressar, que não era compatível com aquela imagem preconcebida no inconsciente dela. Importante também é não nos basearmos num ato isolado de alguém. Às vezes fazemos alguma coisa de modo impensado, mas sem querer ofender ou magoar. Erramos naquele momento. Ocorre com todo mundo. Ora, se não somos uma pessoa de má índole, será que não mereceríamos uma nova oportunidade? Para quem gosta da Bíblia: “Parai de julgar pela aparência externa, mas julgai com julgamento justo.” (João 7.24).