Em um piscar de olhos, estaremos avançando mais um ano no calendário. E se eu fechar os olhos e voltar no tempo 25 anos, estarei no meu Sul amado, no ano de 1999, aguardando com muita ansiedade o Natal e Ano Novo. Tive mil e uma razões para celebrar aquele ano e certamente umas 100 outras que quase me fizeram desistir de seguir na busca dos meus sonhos. Tudo porque muitas vezes queremos fazer tudo perfeito e nos frustramos quando os resultados não saem como esperado.
Nesta época do ano, são tantas atividades e responsabilidades na mente e na agenda que fica difícil conciliar tempo para tudo. No trânsito, é quase impossível “divagar” por um segundo. Se sua mente viajar, o pior pode acontecer. Quem não perdeu um ente querido, um amigo ou alguém próximo em meados de dezembro? Além da correria normal do dia-a-dia, tem gente que parece que está correndo “para tirar o pai da forca”. Não encontro melhor expressão para definir este transtorno no trânsito.
Quem tem problemas em lidar com estresse e ansiedade, certamente não deveria dirigir em rodovias rápidas por ocasião do Natal e Ano Novo. Os presentes já deveriam estar empacotados para não precisar sair de casa nesse tumulto que mais parece o fim do mundo.
Natal não deveria virar tragédia. Não sei o que você pensa, mas essa é a época melhor para mim. Amo as luzes e as decorações. O clima de harmonia no ar, mesclando-se às melodias tanto clássicas quanto modernas, trazem uma sensação de bem estar que acalma qualquer tempo difícil.
Quando corremos contra o tempo, fica quase impossível apreciar tudo isso. As luzes se ofuscam e as músicas misturam-se ao som de altas vozes e buzinas de carro. Então, a data tão esperada chega, os pacotes bonitos viram lixo e outras responsabilidades tornam parte da lista para o ano seguinte. Qual o benefício disso tudo?
Vamos parar por um minuto? Já falei e repito: Perfeição não existe! É a mesma coisa que ir ao supermercado com uma lista de compras e sem sacolas, querer abraçar tudo e trazer para casa. Aos poucos, os itens começarão a cair porque você não tem como abraçar tudo com braços curtos.
Às vezes é necessário deixar tudo “ao avesso e às avessas” porque ao buscar perfeição, nos estressamos e estressamos os outros a nossa volta. Já parou para apreciar a pessoa que atendeu você na loja? Quem você elogiou hoje? É tão fácil julgar alguém pelo que ela fez de errado, mas o que ela fez de bom, você apreciou? Como quer que os outros valorizem o que você faz se você nem lembra do último elogio que deu a alguém?
Assim é o mundo à nossa volta. Pessoas correndo contra o tempo como se o mundo estivesse prestes a acabar. Vivem como um cão querendo agarrar o rabo. Giram, giram e não saem do lugar. Para que a pressa? Relaxe!
Num piscar de olhos, não só será ano novo como será Natal outra vez. Em um piscar de olhos, você se dará conta que passaram-se 10, 20 e até 25 anos e você talvez você ainda esteja fazendo o mesmo. Que tal, só por hoje, deixar tudo ao avesso e às avessas e respirar fundo, inalar e exalar. Olhar para as luzes e as decorações natalinas e agradecer pelo que você tem. Tanto a sua saúde física como mental não estão debaixo da árvore ou envolvidas em um papel de presente, mas as suas atitudes positivas podem melhorar significativamente ambas durante esta época para que você possa ter mil e uma razões para celebrar o novo ano e a vida. Vamos lá! O que você fará diferente?