E o ano está terminando e o Governo Federal e o Governo do Estado ainda não disseram ao que vieram aqui para o extremo sul de Santa Catarina. O presidente Lula, aliás, inaugurou apenas uma obra em Santa Catarina, em 2024, e ainda pertencente à iniciativa privada.
Trata-se do contorno viário da Grande Florianópolis, que foi bancado totalmente pela cessionária que explora os postos de pedágio na Grande Florianópolis. Obviamente que ela fez esta obra contando que haverá um aumento, principalmente, do tráfico de caminhões pela BR-101 em detrimento das expectativas da BR-116. Então, o contorno viário acaba vindo de encontro também aos interesses da própria cessionária, que quer mais pessoas, mais caminhoneiros, principalmente, pagando pedágios aqui pela BR-101.
No mais, o Governo Federal simplesmente não deu as caras em Santa Catarina. Pontualmente aqui para o extremo sul catarinense, a grande obra do Governo Federal é, sem dúvida alguma, a finalização da pavimentação da Serra da Rocinha, entre Timbé do Sul e o município de São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul. Falta apenas pouco mais de um quilômetro para que o trecho catarinense seja concluído, mas há sempre a escassez de recursos para se finalizar esta obra.
Tem anos em que a Serra da Rocinha está contemplada no Orçamento da União, outro ano já não está mais, e esta letargia acaba fazendo, também, com que a obra não ande a contento das expectativas da comunidade aqui da região da Amesc. Há de se ressaltar que, depois de concluir também este trecho catarinense, restam ainda outros oito quilômetros em solo gaúcho para que, pode-se dizer assim, a continuidade da Rocinha siga adiante, já dentro do município de São José dos Ausentes, para ligar ao entroncamento da BR-285, que vai conectar a Sanga da Toca até o município de São Borja, lá na divisa do Rio Grande do Sul com a Argentina. No mais, o governo federal simplesmente não deu as caras na nossa região, não fez nada que pudesse ser ressaltado como relevante.
Apenas manteve aquelas situações já pontuais do governo, como são os investimentos, por exemplo, no que diz respeito à Educação federal, e nada mais. No que diz respeito ao governo do estado, letargia da mesma proporção. Apareceu um pouco mais o governo de Jorginho Mello, porque situações pontuais acabaram sendo resolvidas, principalmente no que diz respeito ao município de Sombrio.
Mas isto muito mais por uma ligação pessoal, uma amizade nutrida pela prefeita Gislaine Dias da Cunha em relação ao governador, e vice-versa, do que dentro de um projeto estratégico de desenvolvimento para a nossa região, vinda aí do governo do estado. Nesse sentido, há de se ressaltar, sim, muitas coisas boas feitas em Sombrio pelo governo do estado, como foi o caso da recuperação do Hospital Dom Joaquim, também aporte financeiro no que diz respeito ao lar do idoso São José, liberação de outros recursos pontuais, como é questão ligando a obra da ciclovia entre Sombrio e a divisa com Balneário Gaivota, mas observe de que isto se deu por conta de algo pessoal da prefeita em relação ao governador, até porque a prefeita já foi assessora do governador Jorginho Mello quando ele era senador da República. Mas nos demais municípios da nossa região, as coisas, no que diz respeito à responsabilidade do governo do estado, simplesmente não andaram.
Há outras situações também pontuais, mas por intervenções de terceiros, como é o caso da pavimentação da BR-101 até a comunidade de Praia da Caçamba, em Arroio do Silva, o famoso acesso sul, onde foi liberado recursos na casa de três bilhões de reais agora, no final deste ano inclusive, por conta de uma intervenção do deputado estadual Júlio Garcia, que é aliado político do prefeito de Arroio do Silvo, Evandro Scaini. No mais, a obra da SC-108 ligando Jacinto Machado à Praia Grande tem andado a passo de tartarugas e a mesma coisa, pode-se dizer, a respeito da Serra do Faxinal. Obviamente que todo mundo sabe que o governador vai abrir as torneiras agora, às Nações Amigas, a partir de janeiro, fevereiro do próximo ano, por conta da sua intenção de concorrer à reeleição.
E nesse sentido a expectativa é muito grande, porque o que não falta em Florianópolis são projetos nas mais diversas secretarias por parte das prefeituras aqui do extremo sul catarinense. E a curiosidade é grande para saber quem o governador irá privilegiar no que diz respeito à liberação desses recursos, até porque, até o momento não existe, com exceção de João Rodrigues do PSD, um adversário a ser combatido pelo governador aqui em nossa região. E também ele não sabe ainda como os prefeitos se portarão em relação a esta situação de eleição estadual em 2026.
Então, me parece que o governador, primeiro vai esperar o posicionamento dos prefeitos para depois chamar aqueles que ele vê como possíveis aliados no projeto de reeleição para liberar mais recursos a estes em detrimento daqueles que, obviamente farão oposição à sua gestão nas eleições de 2026. Agora, seja como for, o que se espera é que o governador abra os cofres do governo do estado para a nossa região, porque os prefeitos estão na penúria no que diz respeito a esta parceria entre prefeituras e governo catarinense.