O tradicional espetáculo da Paixão e Morte de Jesus Cristo será apresentado, mais uma vez, pelo Grupo Teatral Renato Ronchi, de Meleiro, nesta Sexta-feira Santa, dia 18 de abril, a partir das 19h, no Estádio Ezio Pelegrini. A entrada é gratuita, com doações espontâneas aceitas em urnas distribuídas pelo local. O valor arrecadado será destinado à cobertura dos custos com som, iluminação e materiais da encenação.
Segundo a diretora do grupo, Silvia Rabelo, a edição deste ano traz uma coincidência significativa: a apresentação acontece exatamente no mesmo dia da estreia do grupo, há 22 anos. “A primeira encenação foi em 18 de abril de 2003. Hoje, 22 anos depois, seguimos com o mesmo propósito de evangelizar através da arte”, destaca Silvia.
O espetáculo envolve cerca de 200 participantes voluntários, sendo 90 personagens em cena, divididos em 17 cenas e 7 cenários. Agricultores, comerciantes, aposentados, estudantes, professores, músicos, eletricistas e donas de casa se transformam em personagens históricos, como Jesus, Maria, Maria Madalena, Simão Cireneu, Barrabás, os ladrões, os discípulos, soldados, Pilatos e outros presentes na Via Sacra.
Além dos atores, dezenas de voluntários atuam nos bastidores, cuidando da montagem, som e iluminação — um esforço coletivo que transforma a noite da Sexta-feira Santa em um momento de fé e reflexão profunda.
Evangelização pela arte
O grupo tem como objetivo principal evangelizar, proporcionando ao público uma Páscoa diferente, marcada pelo silêncio e pela emoção. “É uma noite de entrega e memória. Queremos que todos possam refletir sobre a história do maior de todos os reis: Jesus Cristo”, afirma a diretora.
A história do Grupo Renato Ronchi
O Grupo Teatral Renato Ronchi nasceu de conversas entre amigos no início dos anos 2000. Silvia Rabelo, Nialva Del Moro, Vonicio Machado e Tereza Albano deram início ao projeto que ganharia forma com criatividade e apoio da comunidade. Figurinos foram confeccionados com caixas de papelão, cortinas velhas, restos de corino e marmitex. Capacetes, cestos e jarros foram emprestados por moradores, enquanto doações garantiram tintas, tecidos e madeiras.
O grupo leva o nome de Renato Ronchi, jovem falecido, filho de uma das primeiras voluntárias e cuja memória permanece viva através do trabalho que ajudou a inspirar.
A primeira encenação ocorreu em 2003, com cerca de 40 pessoas e 12 cenas, dando início a uma trajetória de fé, arte e devoção que hoje mobiliza toda uma cidade.