Na última quarta-feira (16), uma história que chamou a atenção da comunidade foi trazida às redes sociais por um casal que participou de uma entrevista em uma rádio local. Eles teriam chegado recentemente a Sombrio, vindos de Florianópolis, em busca de melhores condições de vida. A situação delicada em que alegam estar, com o filho de 3 anos temporariamente afastado, gerou comoção, mas também levantou questões importantes sobre o papel da rede de assistência social do município.
Ao ouvir o relato, que inclui a perda de emprego por um dos pais após apresentar um atestado médico e o pedido de devolução das chaves da casa alugada, a comunidade ficou sensibilizada. O casal relatou que seu filho, que sofre de convulsões, foi acolhido pelo Conselho Tutelar devido à falta de moradia adequada, e que estavam há 20 dias sem conseguir visitá-lo.
Contudo, por trás da narrativa contada, há uma atuação robusta do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e de outros serviços sociais de Sombrio, que têm se mobilizado para ajudar essa família a encontrar uma solução mais duradoura.
Segundo informações obtidas junto ao CREAS e à rede municipal de assistência, o casal chegou à cidade há cerca de 40 dias, alugaram uma kitnet e logo enfrentaram dificuldades. Após um delito cometido, eles foram presos e o Conselho Tutelar foi acionado para garantir o acolhimento temporário do filho. Liberados, os pais conseguiram reaver a guarda da criança, e o CREAS entrou em ação para oferecer o suporte necessário.
Nos primeiros dias, a equipe do CREAS providenciou três diárias em um hotel para que a família tivesse tempo de encontrar outra moradia e evitar que o menino ficasse exposto a novas situações de risco. Mesmo com essa ajuda temporária, o casal não conseguiu garantir uma nova residência, e foi necessária uma mobilização de voluntários, que ajudaram a alugar outra kitnet, oferecendo móveis, utensílios domésticos e até roupas e calçados para a criança. O CREAS também providenciou cobertores, cestas básicas e kits de higiene para a família, além de encaminhar a mãe ao CAPS para atendimento psicológico e psiquiátrico.
Além de garantir o básico para a família, o Conselho Tutelar inseriu o filho na creche, proporcionando um ambiente adequado para seu desenvolvimento. O pai também foi encaminhado para um emprego, que, segundo o empregador, não foi mantido por questões relacionadas ao cumprimento de horários e à falta de documentação.
No entanto, uma nova intervenção policial, juntamente com o Conselho Tutelar, foi necessária devido a uma situação grave na casa. A criança foi novamente acolhida, e, após 15 dias, os vizinhos solicitaram que o proprietário pedisse a devolução da kitnet, que, segundo ele, ficou inabitável. Mesmo com todos os esforços da rede municipal, a situação da família voltou a um ponto crítico.
Em contato com o CREAS, ficou claro que o apoio à família foi extenso e constante, com todas as medidas necessárias tomadas para garantir o acesso aos direitos da família, incluindo o atendimento à saúde, assistência psicológica e suporte social. “Usamos toda a rede municipal para eles acessarem seus direitos. Fizemos até além das nossas atribuições”, relatou um representante da assistência social.