O ano está finalizando e nada do Progressistas estadual convocar convenção para renovar seu diretório e executiva. A legenda era comandada pelo ex-deputado estadual Silvio Dreveck, que em fevereiro passado assumiu a Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviço, no governo de Jorginho Mello (PL). Com isto, o comando do partido passou para o senador, e vice-presidente estadual da legenda, Espiridião Amin.
Esperidião, no entanto, teve um mandato interino muito contestado. Deputados estaduais e prefeitos vinham criticando a falta de iniciativa do comando do partido, mesmo diante da proximidade das eleições de 2024. Nem mesmo a preparação para a eleição de um novo diretório e executiva foi construída por Amin. No fim das contas, o prazo de validade o diretório estadual do partido acabou vencendo no início de outubro passado, sem nenhum encaminhamento proativo da legenda em Santa Catarina.
Sem entendimento interno, e com o prazo de mandato do diretório e da executiva vencidos, o diretório nacional do partido nomeou o ex-deputado federal Leodegar Tiscoski para presidir uma Comissão Provisória do Progressistas catarinense. A expectativa era a de que esta Comissão Provisória convocasse eleição para o diretório e executiva estadual o mais rápido possível. Neste contexto, era especulado o mês de novembro como data limite para que isto acontecesse. O fato é que nada não aconteceu, e por óbvio não acontecerá em 2023, com tudo se encaminhando para que a eleição interna do Progressistas se dê apenas em março do próximo ano.
Notadamente, o candidato de Esperidião Amin para continuar a frente do partido é Leodegar Tiscoski. O fato de Leodegar ter assumido a Comissão Provisória já teve as duas mãos de Amin. Todavia, o ex-deputado federal sombriense não é consenso dentro do partido, justamente porque ele é aliado de primeira instância de Amin, político famoso por querer manter tudo a sua volta sob o mais rígido controle.
Objetivando quebrar com a hegemonia da família Amin e de seus aliados sobre o Progressistas, os três deputados estaduais do partido, e boa parte dos prefeitos filiados a legenda, deverão propor outro nome como novo presidente do Progressistas Estadual. Este nome deverá ser o do deputado estadual José Milton Scheffer. Por mais inusitado que possa parecer, pelo andar da carruagem, tudo se encaminha para que Zé Milton e Leodegar, ambos de Sombrio, disputem, ainda que internamente, o comando do partido em Santa Catarina. Se não houver entendimento, é possível até mesmo que ambos batam chapa para a escolha do próximo presidente do partido, em uma convenção estadual.
Finais
- União Brasil de Sombrio, do vereador Gean Albino, diz que não abrirá mão de participar de uma chapa majoritária nas eleições municipais do ano que vem. Oficialmente, o partido faz parte do bloco de apoio da prefeita Gislaine Dias da Cunha (MDB), mas na prática a legenda tem se mostrado cada vez mais distante do Paço Municipal. Nas votações no legislativo, por exemplo, nem sempre Gean acompanha as orientações vindas do executivo. O nome do partido para uma composição majoritária é o do empresário Teco Silvério, que tem declarado a independência partidária do União Brasil diante do pleito municipal de 2024. O que tem se observado é a legenda cada vez mais próxima do Progressistas, do vereador Peri Soares, o que sugere uma dobradinha entre os dois partidos para a eleição do ano que vem.
- Pesquisas eleitorais têm indicado, cada vez mais, que o pleito municipal de 2024 será marcado, mais uma vez, pela polarização entre os simpatizantes do presidente Lula da Silva (PT) e os simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esta tendência, aliás, deverá permanecer consolidada, por pelo menos mais uma década, em todo o país. Pelo histórico das últimas eleição, no ano que vem, em Santa Catarina, os candidatos a prefeito e vereador que estiverem sintonizados com o discurso bolsonarista terão mais chances de eleição do que aqueles que estiveram defendendo a bandeira do Governo Federal. No que diz respeito a eleição majoritária, vale ressaltar que em muitos municípios há a tendência do lançamento de mais de um candidato defensor do bolsonarismo, o que aumentará as chances de vitória do candidato defensor do governo Lula.