O mapa das urnas nas eleições de 6 de outubro, em nossa região, deixou bastante claro que o MDB e Progressistas ainda são os maiores partidos aqui do Extremo Sul Catarinense.
No entanto, deixou evidenciado, também, que o PSD, o PL e o PSDB não podem ser menosprezados. Estas cinco legendas somaram 83% de todos os votos legislativos depositados nas urnas da região no último pleito, o que demonstra, de fato, suas respectivas forças. Em que pese as boas votações alcançadas pelo União Brasil e pelo Republicados, há de se evidenciar que o poderio de fogo destas duas legendas está praticamente centrado em Araranguá.
Em relação à eleição de 2020, o que se observou, de forma mais que natural, foi o crescimento do PL, que naquele pleito elegeu um prefeito, um vice e oito vereadores, e na eleição deste ano elegeu dois prefeitos, dois vices e 18 vereadores na Amesc. Trata-se de um crescimento esperado, tanto pela representatividade do governador Jorginho Mello (PL), quanto pelo movimento bolsonarista, que é muito forte em nossa região. Quem mais perdeu com o crescimento do PL, sem dúvidas, foi Progressistas, já que no inconsciente coletivo as duas legendas caminham lado a lado no mesmo espectro ideológico, embora isto não seja verdade.
A perda mais sentida, sem dívidas, se deu em Turvo, onde Progressistas e PL lançaram candidatos autorais a prefeitura, entregando a eleição de bandeja para o MDB. De um modo geral, no entanto, o PL acertou ao lançar múltiplas candidaturas a prefeito, ainda que a grande maioria destas já tenham nascido sem reais chances de eleição. O partido, no entanto, marcou presença e ampliou sua representatividade legislativa na região.
Para o Progressistas ficou uma dura lição de casa: a legenda precisa renovar seus quadros. Das seis prefeituras conquistadas, duas eleições se deram por conta da vinda de lideres de outros partidos para a legenda, o que foi um grande acerto, e outras três vitórias foram facilitadas pela divisão da oposição.
Mas não é somente o Progressistas que vive do arcadismo. O MDB também precisa se reinventar. A legenda, que já chegou a ter o comando de nove, das 15 prefeitas da região, perdeu feio em Balneário Gaivota, Praia Grande e Passo de Torres, municípios onde já teve prefeitos. Afora isto, entregou a cabeça de chapa em vários municípios, sem resultado prático para a legenda no final das contas.
Na zona intermediária, quem demonstrou potencial de crescimento para as próximas eleições municipais na região foi o PSD e o PSDB. O PSD emplacou o prefeito de Maracajá, e o vice de Araranguá, Balneário Arroio do Silva, São João do Sul e Timbé do Sul. Já o PSDB emplacou os prefeitos de Balneário Gaivota e Santa Rosa do Sul, com votações bastante convincentes. Os dois partidos também elegeram dezenas de vereadores, ficando evidenciados tanto para 2026 quanto para 2028 na região.
Finais
- Final do ano está chegando e com ele também se aproximam as articulações para a eleição da próxima Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Em 2022 o deputado estadual Júlio Garcia (PL) impôs uma vexatória derrota política ao governador Jorginho Mello (PDS), que não conseguiu emplacar o deputado José Milton Scheffer (PP) no comando do parlamento estadual. Sob a batuta de Garcia, o emedebista Mauro de Nadal acabou sendo eleito quase que por aclamação para comandar a Assembleia. Jorginho, agora, pretende dar o troco. Com a absoluta maioria dos deputados amarrados ao Governo do Estado, o que não existia lá no início de sua gestão, o governador tem tudo para eleger um dos seus como o novo presidente do legislativo catarinense. Resta saber quem do PL receberá esta dádiva governamental.
- Santa Catarina possui somente três municípios onde o segundo turno nas eleições municipais é possível: Joinville, Florianópolis e Blumenau. Aqui no Sul do Estado o município mais próximo de ter segundo turno é Criciúma, que atualmente tem cerca de 155 mil eleitores. Para chegar aos 200 mil eleitores necessários para a possibilidade de segundo turno, no entanto, ainda vai levar um bom tempo. Se o Estado continuar tendo um crescimento eleitoral na casa dos 8% a cada quatro anos, como vem tendo, Criciúma só atingirá seus 200 mil eleitoral na eleição municipal de 2036, daqui a doze anos. Em compensação, até lá, os municípios de São José, Itajaí e Chapecó também deverão ter eleições municipais em duas etapas.