O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por sintomas como desatenção, impulsividade e hiperatividade. Embora o tratamento convencional, geralmente combine medicaçõess e terapias comportamentais, a nutrição também desempenha um papel essencial no manejo dos sintomas. Com uma abordagem alimentar adequada, é possível melhorar a função cerebral, o comportamento, a concentração e o equilíbrio emocional de quem vive com TDAH.
⦁ Nutrientes essenciais para o funcionamento cerebral
O cérebro de uma pessoa com TDAH, exige uma nutrição adequada para funcionar de maneira eficaz. Diversos nutrientes são essenciais para a saúde cerebral e podem ajudar a melhorar a atenção, o foco e o controle de impulsos:
Ômega-3: Encontrado em peixes como salmão, sardinha e atum, e em fontes vegetais como linhaça e chia, o ômega-3 tem sido amplamente estudado por seus efeitos benéficos na função cognitiva. Pesquisas sugerem que as pessoas com TDAH podem ter níveis mais baixos de ácidos graxos essenciais, e o aumento do consumo de ômega-3 pode ajudar a melhorar os sintomas, como impulsividade e dificuldade de concentração.
Proteínas: Alimentos ricos em proteínas magras, como ovos, carnes magras, tofu, leguminosas e nozes, são fundamentais para a produção de neurotransmissores no cérebro, como a dopamina e a norepinefrina, que desempenham um papel crucial na regulação do foco e da atenção.
Vitaminas e Minerais: Vitaminas do complexo B, especialmente B6, B12 e ácido fólico, são importantes para a saúde do sistema nervoso central e podem ajudar na melhoria dos sintomas do TDAH. Minerais como zinco, ferro e magnésio também são essenciais, pois têm impacto direto na função cognitiva e no controle de impulsos.
⦁ Evitar alimentos processados e com alto índice glicêmico
Uma alimentação equilibrada pode ser prejudicada por alimentos que causam picos e quedas bruscas nos níveis de glicose no sangue. Alimentos com alto índice glicêmico (como doces, refrigerantes e alimentos refinados) podem contribuir para uma instabilidade de energia, levando a dificuldades de concentração e aumento da irritabilidade. Esses alimentos podem desencadear um ciclo de altos e baixos de energia que agravam os sintomas do transtorno, como a impulsividade e a dificuldade de manter o foco.
Ao optar por alimentos com baixo índice glicêmico, como grãos integrais, vegetais e frutas frescas, é possível manter os níveis de glicose estáveis, proporcionando uma fonte constante de energia para o cérebro e ajudando a melhorar o controle emocional.
⦁ A relação entre intolerâncias alimentares e sintomas do TDAH
Em algumas pessoas com TDAH, certos alimentos ou aditivos podem exacerbar os sintomas. Embora ainda não exista consenso científico definitivo sobre a relação entre dietas e TDAH, estudos sugerem que algumas crianças podem ser mais sensíveis a corantes artificiais, conservantes e outros aditivos alimentares, o que pode afetar seu comportamento e atenção.
Além disso, intolerâncias alimentares como a lactose ou o glúten podem causar inflamações intestinais, que, por sua vez, podem afetar o cérebro, devido ao “eixo intestino-cérebro”. Reduzir a exposição a esses alimentos pode ser útil para algumas pessoas com TDAH, mas qualquer alteração na dieta deve ser monitorada por um profissional de saúde, como um nutricionista, para garantir que não haja deficiências nutricionais.
⦁ Importância de uma alimentação balanceada ao longo do dia
Estabelecer uma rotina alimentar saudável e consistente ao longo do dia também é importante. Muitas vezes, pessoas com TDAH têm dificuldade em manter um padrão alimentar e podem saltar refeições, o que pode afetar negativamente a energia e a concentração. Comer de forma equilibrada em intervalos regulares ajuda a manter o metabolismo ativo, evita picos de fome e mantém os níveis de energia estáveis.
Embora a nutrição não substitua o tratamento médico e psicológico para o TDAH, ela desempenha um papel crucial no manejo dos sintomas. Uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais e baixa em alimentos processados, pode auxiliar na melhora da concentração, controle de impulsos e estabilidade emocional, proporcionando mais qualidade de vida para quem vive com o transtorno. O acompanhamento multidisciplinar é fundamental para personalizar a dieta e garantir que as necessidades nutricionais de cada indivíduo sejam atendidas adequadamente.
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