O doutorando do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade de São Paulo, Igor Gomes, bolou um projeto que, além de reunir boas histórias de moradores de Araranguá, ainda homenageará a cidade. Criado para ser o projeto de doutorado de Igor na USP e premiada pela Lei Aldir Blanc, a iniciativa colheu relatos de 12 moradores araranguaenses falando sobre um objeto específico que marcou a sua vida. Em diferentes bairros de Araranguá, o estudante filmou os depoimentos e concluiu, na última semana, a primeira parte dos trabalhos.
A partir de agora, as histórias serão levadas a uma oficina em que 12 atores receberão as histórias para atuar em um ‘Mosaico de Cenas’. Nesta fase, de acordo com Igor, cada história se tornará uma cena de cerca de dois minutos. “Nesse último dia, a ideia é convidar esses moradores que emprestaram a história e o artista. Eles vão dialogar, o artista vai contar como essa história chegou nele e o morador vai poder assistir essa cena a partir da sua história”, continua. As cenas serão transmitidas através de uma live nas redes sociais.
Para atuar na oficina, os artistas interessados devem se inscrever até amanhã, dia 11, através de um formulário eletrônico. “Vamos trabalhar essas cenas, as memórias, cada um vai receber sua história em vídeo, e só ele saberá o relato. Quando trabalharmos em grupo, ele que vai trazer essa história. Isso que vai ser legal”, explica.
Avaliando os trabalhos até agora, o doutorando se diz satisfeito e pontua que o objetivo ao escolher os moradores era fazer um retrato amplo e diversos do que é Araranguá. “Foi um trabalho legal na escolha dessas pessoas, para que essas histórias retratassem Araranguá. Temos moradores de várias localidades. Não houve critério além da diversidade, de mostrar como Araranguá é plural. Isso que me guiou”, acrescenta. Um dos bairros representados é Ilhas, localidade pela qual Igor tem grande carinho. Através de uma amiga de sua mãe, ele chegou a um casal que viu sua história entremeada com a história da própria localidade. Outros personagens do projeto são o corredor Hildo Santana e a escritora Léa Batista, que é parente de Igor e apresentou um objeto que remete à própria história dele. “É muito bonito isso, tem histórias chegando de todos os cantos e a memória de um acaba se tornando coletiva”, comenta.
Ele ainda diz que o projeto ajuda a ressignificar objetos que anteriormente passariam despercebidos, mas que agora, ganham uma atenção e valor especiais. “A pandemia nos permitiu olhar para a nossa realidade de outras maneiras, com um olhar mais sensível para tudo o que está próximo da gente”, encerra.
A live de transmissão das histórias deve ocorrer em 1° de maio. Mais informações podem ser obtidas na página de Igor no Instagram, @alvorada.artistica.