Cassação de Seif pode ser tiro pela culatra
Está mantida para a próxima quinta-feira, dia 4, a sessão plenária do Tribunal Superior Eleitoral, que julgará o processo de cassação movido pelo PSD catarinense, contra o senador Jorge Seif (PL), por suposto abuso de poder econômico durante o processo eleitoral de 2022. De acordo com a denúncia, Seif teria se beneficiado da estrutura corporativa do empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, para conquistar seu mandato.
Em princípio, a tendência é de cassação de Jorge Seif, por três motivos bem claros: o primeiro dá conta que processos similares a este, contra prefeitos eleitos em 2020, têm terminado em cassação dos mesmos. O segundo é o parecer do Ministério Público Federal, através da vice Procuradoria Geral Eleitoral, que analisando o processo contra Seif se manifestou favoravelmente a sua cassação. Por fim, o terceiro motivo está ligado a má vontade com que a justiça federal tem analisado processos envolvendo políticos bolsonaristas em todas as esferas.
A virtual cassação de Jorge Seif, no entanto, pode ser um tiro que sairá pela culatra. É que legislação eleitoral reza que em caso de cassação de senadores, assim como de seus respectivos suplentes, é necessária a realização de uma nova eleição para o preenchimento da vaga. Não precisa ser nenhum gênio para prever que qualquer novo candidato bolsonarista ao Senado teria amplas chances de vitória em Santa Catarina, reaquecendo os ânimos dos militantes de direita no Estado, especialmente em um ano eleitoral como já o é 2024. Esta nova candidatura poderia servir de alavancagem para centenas de outras candidaturas bolsonaristas vocacionadas a disputar prefeituras, vice-prefeituras e Câmaras de Vereadores neste ano. De forma aparentemente contraditória, a melhor saída para quem não simpatiza com os bolsonaristas é manter Jorge Seif onde ele está.
Nada impede, no entanto, uma puxada de tapete, algo bem típico do Brasil. Neste sentido a justiça poderia determinar que o segundo colocado na disputa pelo Senado em 2022, que foi o ex-governador Raimundo Colombo (PSD), assumisse a vaga de Jorge Seif em caso de sua cassação. Seria um golpe na legislação, mas, em se tratando de Brasil, um golpe a mais, ou um golpe a menos, já não faz a mínima diferença.
Finais
- Município de Sombrio comemora neste dia 2 de abril 70 anos de instalação. Foi no longínquo 2 de abril de 1954 que o tenente da Polícia Militar de Santa Catarina, Amintas de Melo, assumiu de forma provisória o comando da recém instalada Prefeitura Municipal de Sombrio. O então distrito havia se emancipado de Araranguá alguns meses antes, em 30 de dezembro de 1953, com o aval do então governador Irineu Bornhausen. Depois de Amintas Melo, Francisco Lummertz Júnior também assumiu de forma provisória o comando da prefeitura, até que se desse a eleição do primeiro prefeito por sufrágio universal. Em uma disputa acirrada contra José Tiscoski, pai de Leodegar Tiscoski, Santelmo Borba acabou sendo eleito por uma diferença de apenas seis votos, se tornando o primeiro prefeito sombriense a assumir o executivo municipal através do crivo das urnas.
- PSDB de Sombrio permanece indefinido quanto ao futuro do partido nas eleições municipais deste ano. Nas últimas cinco eleições, em duas ocasiões os tucanos estiveram aliados ao MDB, em outras duas ao Progressistas, e em uma concorreram com candidatura própria a prefeito. De acordo com o ex-presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Jucimar Custódio, o Bujão, o PSDB está aberto a conversações com quaisquer outros partidos visando composições para 2024. Em princípio, o grupo político timonado pelo Progressistas conta como certo o engajamento do PSDB em um projeto de oposição à prefeita Gislaine Dias da Cunha (MDB). Já o alto califado do MDB acredita que o PSDB estará dando sustentação ao projeto de reeleição de Gislaine, por conta da afinidade entre as cúpulas dos dois partidos.